Lanche literário ou banquete....

"
Eu tenho a síndrome de Tim Maia/ Eu tenho as varizes de Clara Nunes/ Eu tenho os vícios de Piaf/ Eu tenho a orelha de Van Gogh/ Eu tenho a perna que falta ao saci (...) Eu tenho a linha tênue que une os xifópagos/ Eu sou uma interrogação vagando com pressa/ Eu sou o insulto atirado à queima roupa (...)".



(Inúmera, de Daniela Galdino - do livro Diálogos - Panorama da nova poesia Grapiúna).

Então surgiu o comentário de Mercuyo e o bate papo rolou solto:


Mercuryo Alisson e eu tenho o humor de Augusto dos Anjos hahaha adoro Augusto dos Anjos e tb gostei desse texto da Daniela.
Belisa Parente Augusto dos Anjos também é a cara da escritora citada, Daniela Galdino. uhuhuhuhuh adoro!
Badida Campos Augusto dos Anjos... GENIAL! É o nosso Dostoiévski. Qdo ele descobriu, aos 24 anos, que estava tuberculoso (na época a doença não tinha cura), veio da Paraíba até Recife ouvir a opinião de outro médico. Ouviu a sentença e, dias depois, escreveu: "Recife, Ponte Buarque de Macedo, eu ia em direção à Casa do Agra*, assombrado com a minha sombra magra, pensava no destino e tinha medo." E depois completou: "Tome, Doutor, esta tesoura e corte a minha singularíssima pessoa, que importa a mim que a bicharia roa todo o meu coração depois da morte, se um urubu pousou em minha sorte?!"
Mercuryo Alisson nossa!! o primeiro contato que tive com Dos Anjos eu tinha 16 (1993) anos e foi ouvindo o ator Carlos Vereza recitar Versos Íntimos na novela De Corpo e Alma. Ele não falou quem era o autor da poesia, recitou antes da morte do seu personagem mas o soneto ficou na minha cabeça e eu pesquisei até encontrar o escritor. depois disso eu li o Eu e ele se tornou um dos meus 5 poetas favoritos.
Daniela Galdino ai,menina, que susto! rsrsrsrsrsrrsrsrsrsrs. quero dizer que minha Dissertação de Mestrado foi sobre ... a poesia de Augusto dos Anjos...rs pois eh, Belisa Parente... preciso voltar a Recife pra fazer o circuito Augusto. No carnaval topei com uma estatua dele no Rec Antigo e fiquei parada, olhando olhando olhando.
Badida Campos A estátua de Augusto dos Anjos, Daniela, foi feita pelo grande escultor Demétrio Albuquerque (professor, durante muito tempo, de minha Galeria "Espaço Badida").


(...)

***
Falando em Augusto dos Anjos, publico uma poesia que escrevi  em... em... não lembro o ano. O meu professor de literatura da época, Claúdio Lira, disse a uma amiga, que lhe mostrou a poesia fingindo ser dela, que parecia com Augusto dos Anjos. Enfim, parece? Só voltei a escrever poesia aos 24, me recriminava por só conseguir falar de AMOR. Foi quando conheci o poeta Marcelo Mário Melo e ele me disse: “Deixe de besteira, poesia essencialmente é amor”. Depois posto as primeiras poesias depois da fase de abstinência, essas bem mais abstratas.


A quimera dos meu 18 anos

Péssimo romance vivi certo dia
No mar do amor afoguei-me em lágrimas
Amargas como o vil a me cortejar
De tanto amar padeci cruas ânsias.
Pobre nefelibata
O néscio que me tocou com uma rosa
Agora toca o meu peito com uma faca
A dilacerar o cálido amor vivido.
Mundo negro vão
Mexe e remexe meus sentimentos
Me faz concluir que o amor é uma quimera
Boa de ser vivida.

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