A cosmoloucura da natureza humana



Estou suspensa. O abstrato das nuvens e traços de Badida, nenhuma tela, nem mesmo um caco vitral. O rosto que era face evaporou em sons multicoloridos. Sou uma pata loura brincante, um ganso querendo afogar-se, cágado querendo tomate, liberdade com asas, olhos verdes do mistério e da simplicidade. Agora há uma interrogação estilística rasgada na cara, no que era chita e seda. Fui dispensada de viver como os homens, agora os observo de cima. A saudade por vezes invade, vivências e amores passados surgem com uma nostalgia absurda. O que foi... O que não foi... O que será? A esperança tem olhos puxados e olhar misterioso. Enxertos de cobras em peles de gado, uma multidão de livros em estantes ambulantes, tambores sincopados, negrinhos cantando e dançando, cavalos galopando, cabras em jardins. Nuvens. Nuvens. Nuvens. Valentia em chutes, tocos e panos esganados. Quanta gente polida, sem vida. Coloco sal no angú, atiço pra ver no que dá. As pessoas são realmente estranhas. Uma pupila dilatada na calada da noite, é um lobisomem, um bicho do mato, uma onça pintada. Calma minha senhora, é preciso aprender a amar o tempo. O vento forte bate na porta, os astros arrastam, esquenta o coração, palpita. Não há ilusão. Observo e questiono anéis em cordões. Uma meota, um amor vão? Como é ruim sair daqui, não quero outro mundo, quero o profundo.

http://www.youtube.com/watch?v=Zb3gu_GeiyY

Tela de Badida (www.Badida.com.br)

Comentários

  1. Ei Belisa... vi o seu blog, bacana viu!
    Vc adquiriu uma capacidade descritiva das suas reflexões impressionante.

    Não deixe nada suprimir esse Dom!!!!
    Bjo ...do seu amigo aqui.

    Victor Pierre

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  2. Me transfiro com as tuas palavras a um lugar onde minha vista enxergava com clareza antes. Agora alguma coisa se perdeu pelo caminho. Talvez não seja o signo, ou a idade, ou o meio e as companhias. Sou só eu e eu conflituando. O ruim é o canibalismo mental que acontece dentro de mim. Enquanto absorvo uma idéia, outra se perde. Dá um medo de continuar pensando.. o que será perdido pelo caminho? Onde poderei chegar?
    Desculpa pelo vômito da entrega espontânea, mas não pude resistir a conexão.
    Um beijo minha flor!

    Jessica

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