ANTIQUADA?!


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Pense numa pessoa que gosta de coisas velhas. Pensou? Na sua avó, ou naquela tia que adora guardar papeis de presente? Não? Acabei de descobrir mais uma face desta mania em mim.

Sinto que a qualquer momento tudo pode re surgir. Que as páginas dos bons livros serão novamente lidas, que terei um carnaval igual ao de seis anos atrás, que recordarei todos os perfumes já esquecidos, adormecidos na minha péssima memória juvenil. Que tudo, a qualquer momento, pode ser resgatado, sentido novamente - mesmo sabendo que somos mutáveis guardo essa idéia em mim.

Lucas já havia alertado, quando me apelidou de Baúlisa, mas nunca imaginei que fosse pra tanto. Tenho que achar o lado bom da coisa. Certo?!

Nunca abandono meu passado, mesmo o deixando passar despercebido várias vezes. É fato. Talvez eu faça isso por conhecê-lo bem, por saber onde pisar, como pisar, tocar. Quando conheço o terreno caminho mais confortavelmente, mais feliz, mais ativa, mais eu mesma, com todo o despojamento de quem assim deseja me ver.

Ultimamente não tenho andado desarmada. Essa necessidade de defesa, no fundo, me afasta de mim mesma, do que eu poderia encontrar ao virar a esquina, cruzar uma rua, atravessar uma ponte. Isso, de uma forma geral, demonstra um sentimento que os homens não têm me despertado, a confiança.

Não vou deixar o ceticismo me apanhar pelas mãos nem vou fazer do meu futuro um álbum de recordações. Se houver encontros com o passado eles terão que ser vívidos, instantâneos. Quero voltar a andar tranquila, quero voltar a acreditar em tudo o que me dizem, e no final da história mais cabeluda do mundo abrir um sorriso.

Vou passar a deixar claro que estou aberta. Adoro coisas velhas, que já usei, comi, cuspi, mas sempre dou oportunidade para o novo surgir - mesmo acreditando que viverei o mesmo carnaval de anos atrás.

Comentários

  1. eu falo por mim que eu não consigo ficar de passado, as coisas tem começo meio e fim, tudo na minha é assim.
    talvez seja por causa da relação pai e filho e ele ter tantas coisas que não gosto ai eu meio que crio o antagônico dele, ou seja saber finalizar as coisas, acho que é até mais saudável, claro que relembrar a vida vivida é muito bom, mas ressurgir monstros antigo e u não curto!

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Eaí?